No auge dos anos de 1960, falou-se muito da rivalidade entre os The Rolling Stones e os Beatles, mas foi sempre mais marketing do que realidade.
Os Rolling Stones voltaram à vida esta sexta-feira com Hackney Diamonds, o seu primeiro álbum em 18 anos, com participações especiais de Elton John, Lady Gaga e até do seu velho rival, Paul McCartney.
Agora, na sua sétima década a fazer música juntos, a lendária banda britânica está de volta com o seu 24º álbum de estúdio.
McCartney junta-se a eles pela primeira vez, a tocar o baixo na música Bite My Head Off.
No auge dos anos de 1960, falou-se muito da rivalidade entre os Stones e os Beatles, mas foi sempre mais marketing do que realidade, com John Lennon a cantar em We Love You dos Stones em 1967.
“Paul e eu sempre fomos amigos”, disse o vocalista dos Stones, Mick Jagger à France 2 esta semana.
A participação de Paul McCartney foi uma espécie de acidente, disse Keith Richards à revista Guitar Player.
“Ele estava por perto e passou por aqui”, disse Richards. “Acho que ele nem tinha a intenção de tocar baixo numa faixa, mas quando ele estava lá, eu disse: ‘Vamos, esta´s dentro. Não sais daqui enquanto não tocares.”
Enquanto as contribuições de McCartney e Elton John são algo difíceis de distinguir, Lady Gaga e Stevie Wonder causam mais impacto em Sweet Sounds of Heaven, uma balada de blues na linha de clássicos como You Can’t Always Get What You Want.
As críticas têm sido, na sua maioria, educadas e não efusivas.
O Guardian deu ao álbum quatro estrelas, escrevendo: “Se este é o fim, eles estão a sair com um estrondo”, enquanto o LA Times o chamou de “surpreendentemente ágil, estimulado pelos riffs sem morte”.
De facto, tem havido muito entusiasmo antes do lançamento, com alguns a dizerem que é o melhor trabalho da banda desde Some Girls em 1978.
Mas outros não ficaram muito impressionados com a produção elegante de Andrew Watt, habituado a trabalhar com estrelas pop como Justin Bieber e Dua Lipa.
Hackney Diamonds é uma antiga gíria londrina para “vidro partido”, mas foi usada como um trocadilho pela Pitchfork, que chamou o álbum de “um monte de coisas banais, polidas até que o caráter tenha desaparecido”.
Ninguém está a fingir que se aproxima da lendária série entre 1968 e 1972, que viu o lançamento de Beggars Banquet, Let It Bleed, Sticky Fingers e Exile on Main St. em rápida sucessão. Também não segue nenhuma nova direção.
“O grupo parece ter admitido há anos que, com uma discografia tão lendária, novos álbuns e tentativas de novos estilos são quase supérfluos”, escreveu a Variety.
“Mas se há uma maneira melhor de terminar os mais de 60 anos de carreira discográfica dos The Rolling Stones, é difícil imaginar qual poderia ser”, acrescentou.
Fonte: Diário de Notícias