O chefe das Nações Unidas para os direitos humanos advertiu hoje Israel de que a destruição de edifícios na zona fronteiriça em Gaza para criar uma “zona tampão” constitui um “crime de guerra”.
“A destruição destinada a criar uma ‘zona tampão’ por razões de segurança não satisfaz os critérios (…) do direito internacional humanitário”, declarou Volker Turk num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Turk manifestou-se preocupado com a aparente demolição de qualquer edifício num raio de um quilómetro da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel.
Para Turk, as alegadas demolições levadas a cabo pelas forças israelitas enquadram-se no objetivo de criar uma zona de segurança que alarga a distância ‘de facto’ entre o território palestiniano e o território israelita.
Recordou que a Convenção de Genebra estabelece linhas vermelhas.
De acordo com o direito internacional, uma potência ocupante só pode efetuar este tipo de destruição quando tal for “absolutamente necessário” em termos militares, segundo a agência espanhola Europa Press.
Turk considerou que as demolições servem agora apenas “objetivos gerais de segurança” e não se enquadram na exceção.
“A destruição maciça de edifícios, que não é justificada por imperativos militares e que é efetuada de forma arbitrária (…) constitui um crime de guerra”, advertiu.
Israel lançou uma ofensiva em Gaza depois de ter sofrido um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns.
Desde então, foram mortas mais de 27.800 pessoas na Faixa de Gaza, segundo o Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.