Graças a Marcelo soubemos que os portugueses já estavam em terra’

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O bloquista Fabian Figueiredo prestou declarações esta quinta-feira após a reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Nenhuma informação relevante nos foi comunicada por parte do Governo. Foi pelo Presidente da República agora, que soubemos que os quatro portugueses se encontram em terra, num porto israelita e que existe a possibilidade, ainda não confirmada, de os cidadãos e cidadãs portugueses serem visitadas pela embaixadora de Portugal em Israel”, afirmou.

Note-se que as declarações foram feitas cerca de meia hora depois de o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, dizer que haverá a possibilidade de haver uma visita consular na sexta-feira de manhã (ao contrário que era previsto por Israel, que apontou para domingo um primeiro contacto direto).

Fabian Figueiredo sublinhou que já tinha sido pedido uma audiência ao Governo no âmbito deste caso. Agora, já depois de Rangel afastar que não tenha dado informações ao Bloco, nomeadamente, a “altas dirigentes”, o bloquista reforçou: “Pedimos por duas vezes reuniões ao MNE. Até ao momento não recebemos nenhuma resposta para saber que diligências estavam a ser tomadas e que medidas é que o Governo tomará” perante as quatro detenções.

“Mesmo que tenha existido um apagão no Ministério dos Negócios Estrangeiros, [Paulo Rangel] certamente, poderia ter visto esse informação publicada em vários órgãos de comunicação social. Se o senhor ministro teve dificuldade em encontrar em e-mail, podia ter visto em vários órgãos de comunicação social”, acrescentou, defendendo que é preciso “ultrapassar este episódio” para que o mais importante, a liberdade dos detidos, aconteça.

Fabian Figueiredo instou ainda o Executivo a convocar Oren Rozenblat, embaixador de Israel em Portugal, à semelhança do que países como Espanha fizeram. Rangel defendeu na CNN Portugal que a prioridade era o regresso dos cidadãos e, no que diz respeito às relações diplomáticas, se “trataria disso a seguir”.

Recorde-se que os quatro portugueses que seguiam na flotilha até Gaza se encontram detidos pelas forças israelitas. Em causa estão a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício, o ativista Miguel Duarte e, por último, Diogo Chaves. Este último português não terá partido de Barcelona, segundo o que Rangel explicou à CNN Portugal, antes das declarações do bloquista.

Só foi também conhecido esta quinta-feira que havia um 4.º português na flotilha, tendo a família contactado o MNE. O próprio “não comunicou” que ia seguir na missão humanitária, de acordo com ministro.