A família do autor do atentado de quinta-feira contra uma sinagoga de Manchester, noroeste de Inglaterra, expressou hoje “profunda consternação e tristeza” e condenou o “ato abominável” de que resultaram três mortos e três feridos.
O britânico de origem síria Jihad Al-Shamie, 35 anos, foi identificado pelas autoridades como o responsável pelo ataque, no qual duas pessoas morreram, além do próprio agressor, e três ficaram feridas.
“As notícias que recebemos de Manchester sobre o atentado terrorista contra uma sinagoga judaica chocaram-nos profundamente”, disseram os familiares de Al-Shamie nas redes sociais.
“A família Al-Shamie, tanto no Reino Unido como no estrangeiro, condena veementemente este ato abominável, dirigido contra civis pacíficos e inocentes”, afirmaram, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Os familiares demarcaram-se do ataque e expressaram “profunda consternação e tristeza” pelas ações de Al-Shamie, que chegou ao Reino Unido ainda menor de idade e obteve a nacionalidade britânica aos 16 anos.
“Os nossos corações e pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias, e rezamos para que encontrem a força e o consolo necessários”, disseram os familiares de Al-Shamie.
Pediram ainda que os meios de comunicação social respeitem a privacidade num momento que descreveram como difícil e que se abstenham de utilizar o trágico episódio “em qualquer contexto que não reflita a verdade”.
“Que Deus tenha misericórdia das vítimas inocentes, e rezamos pela rápida recuperação dos feridos”, acrescentou a família de Jihad Al-Shamie, que, segundo as autoridades, não estava referenciado como extremista.
O ataque ocorreu na quinta-feira de manhã, no momento em que a sinagoga em Manchester estava com muitas pessoas devido à celebração de Yom Kippur.
O agressor investiu com o carro que conduzia contra pessoas que se encontravam em frente ao edifício, antes de sair do veículo e esfaquear várias delas.
Jihad Al-Shamie foi abatido pela polícia no local.
O chefe da Polícia da Grande Manchester, Stephen Watson, disse que um patologista determinou provisoriamente que uma das vítimas mortais tinha um ferimento de bala.
Como o agressor não tinha uma arma, Watson disse que o ferimento pode ter sido “uma consequência trágica e imprevista” das ações da polícia.
Uma das vítimas hospitalizadas também parece ter sido ferida por um tiro da polícia, informou o chefe da polícia, citado pela agência norte-americana The Associated Press (AP).
“Acredita-se que ambas as vítimas estavam próximas uma da outra atrás da porta da sinagoga, enquanto os fiéis agiram corajosamente para impedir que o agressor entrasse”, afirmou Watson.
Na sequência do atentado, o Governo colocou o país em alerta máximo para garantir a segurança da comunidade judaica.