Espetáculo revisita a cultura africana na obra de José Afonso

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Oito músicos da lusofonia juntaram-se para um espetáculo que celebra a cultura africana na obra de José Afonso e que se estreia no dia 27 na Casa das Artes de Famalicão, Braga.

“Lá no Xepangara” assenta no repertório de José Afonso que espelha referências a África tanto na música como na poesia, explicou à agência Lusa o guitarrista Manuel de Oliveira, que dirige o projeto.

O espetáculo, que se inspira numa das músicas de José Afonso do álbum “Coro dos tribunais” (1975), junta em palco as vozes de Selma Uamusse, Karyna Gomes, Edu Mundo e Fred Martins, além de Pedro Oliveira (percussão), João Frade (acordeão), Albano Fonseca (baixo) e do próprio Manuel de Oliveira.

“O Zeca é muito pouco cantado pela Lusofonia. Uma das preocupações para este espetáculo foi trazer a Lusofonia. Todos eles [os artistas integrados no coletivo] são compositores e músicos incríveis”, elogiou Manuel de Oliveira.

Em palco, vão revisitar, entre outros temas, “O que faz falta”, “Vejam Bem”, “O menino do bairro negro”, “Venham mais cinco” e a música que dá nome ao espetáculo.

“Foi sempre o meu desejo, há muitos anos, revisitar o repertório do Zeca Afonso, sendo eu fã desde muito novo, influenciado pelo meu pai. Basicamente aprendi a tocar guitarra com as músicas do José Afonso e foi sempre uma música muito querida; é o reconhecimento da importância dos temas”, sublinhou.

“Lá no Xepangara” é um dos projetos apoiados, com 10.000 euros, no programa “Arte pela Democracia”, numa parceria entre a Direção-Geral das Artes e a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.

“É um projeto para comemorar os 50 anos da democracia por via do José Afonso e será sempre enquadrado nessa efeméride”, explicou o guitarrista, indicando que depois de Vila Nova de Famalicão o espetáculo poderá circular pelo país.

Em Famalicão, nos dias 25 e 26, os músicos têm duas ações de mediação preparadas para alunos do ensino secundário, em torno do repertório de José Afonso (1929-1987).

O programa “Arte pela Democracia”, que abriu em janeiro de 2023, tem como objetivo “fomentar projetos que evoquem/celebrem a revolução de 25 de Abril e promovam a reflexão crítica sobre os valores da democracia, cidadania e igualdade, nas vertentes de desenvolvimento humano, social, económico e cultural”, refere o regulamento.

O programa tem uma dotação de um milhão de euros a repartir por 45 candidaturas de projetos artísticos de artes visuais, artes performativas, artes de rua e cruzamento disciplinar.

Este apoio é atribuído em vários patamares – entre 10.000 euros e 50.000 euros -, consoante a tipologia de proposta apresentada.

Fonte: Notícias ao Minuto