“Todos somem dali”: ex-FC Porto critica castigo de AVB aos jogadores

Partilhe esta notícia

Rui Quinta lembra necessidade dos jogadores em estarem com as suas famílias.

Apesada derrota sofrida pelo FC Porto às mãos do Benfica (1-4), na noite de domingo, em jogo da 28.ª jornada da I Liga, continua a dar que falar e há quem se revele contra o castigo aplicado por André Villas. É o caso de Rui Quinta, antigo treinador adjunto dos dragões, que contesta a decisão do presidente em prolongar ao estágio, não deixando os jogadores regressarem a casa após o Clássico.

“Temos de ter humildade e perceber que não passa tudo pelos jogadores. O que vamos apontar aos jogadores? Uns cortes mal feitos, uma não ida à bola. Se passa o ónus aos jogadores, a próxima vez que forem chamados não sei se estarão com a disponibilidade de se exporem. Se não, depois são acusados. Não sei se pode ser benéfico. Quando tomamos decisões a quente…”, começa por dizer Rui Quinta, em declarações à Renascença, prosseguindo. 

“Pode ser um chamar de atenção, mas o melhor, naquela altura, era desaparecem todos dali, cada um para o seu espaço para sarar as feridas e voltarmos minimamente aliviados. Temos pouco para dizer uns aos outros, não temos de dizer nada nestes jogos. Sabemos o que cada um está a sentir. Para mim, era precisamente o contrário, até dava dois dias de folga para limparem a cabeça e voltarem sedentos, revoltados e tornar isso em algo que acrescenta”, aponta o treinador de 64 anos, deixando uma última garantia. 

“Às vezes, é preciso tomar decisões que não são tão populares, agora vamos ver o impacto que tem. Os jogadores precisam de estar com a sua família no fim do jogo. De estar no seu espaço, para se tranquilizarem, desabafarem e para cortar. Cortar com o ambiente de revolta. Para mim, é preciso ter esta coragem de quebrar. A nossa família dá-nos conforto, aconchego, carinho e isso dilui a mágoa. Se quisermos prolongar a dor e fazer justiça, então a medida terá impacto. Depois, veremos quanto tempo demorará a diluir e se será benéfico”, remata Rui Quinta.