A mulher, que foi acusada de terrorismo, assegurou ter sido enganada, tendo garantido que julgava que a estátua continha um dispositivo de escuta.
Darya Trepova, a jovem russa de 26 anos que foi acusada de matar um blogger pró-guerra a mando da Ucrânia, em abril do ano passado, foi condenada a 27 anos de prisão, esta quinta-feira.
Vladlen Tatarsky foi morto na sequência da explosão de uma bomba escondida num busto que Darya lhe tinha oferecido, durante uma palestra num café em São Petersburgo, na Rússia.
A mulher, que foi acusada de terrorismo, assegurou ter sido enganada, tendo garantido que julgava que a estátua continha um dispositivo de escuta, por forma a apurar o que é que o homem sabia sobre a guerra.
A jovem revelou, durante o julgamento, que agiu a mando de um homem, na Ucrânia. Conhecido como ‘Gestalt’ (palavra alemã para ‘Forma’), o indivíduo enviou-lhe dinheiro e instruções vários meses antes do incidente, noticiou a agência Reuters.
A Rússia acusou a Ucrânia de ter estado por detrás do homicídio, mas Kyiv não confirmou nem negou o seu envolvimento no caso.
“Sinto muita dor e vergonha pela minha ingenuidade ter levado a consequências tão catastróficas. Não queria magoar ninguém. Sinto uma dor e uma vergonha particulares por um ato terrorista ter sido cometido pelas minhas próprias mãos”, disse a jovem perante o tribunal, esta semana.
A defesa de Darya argumentou que esta também poderia ter sido uma vítima da explosão, uma vez que estava sentada a pouco metros de Vladlen. A acusação, por seu turno, argumentou que a mulher tinha conhecimento da bomba e que “agiu deliberadamente com o objetivo de desestabilizar a Federação Russa e desacreditar a operação militar especial”.
Após a explosão, a mulher disse que entrou em pânico e, ao invés de seguir as instruções de ‘Gestalt’ para abandonar o país, contactou o marido. Este, por sua vez, ligou a um amigo, identificado como Dmitry Kasintsev, que deixou a jovem pernoitar no seu apartamento. A mulher foi detida no dia seguinte.
Dmitry foi condenado esta quinta-feira a um ano e nove meses de prisão por ter ajudado a jovem, ainda que esta tenha alegado que nunca o conheceu e que não teve nada a ver com o caso.
Fonte: Notícias ao Minuto