Incêndios na Madeira: ‘Falta de ação inicial foi uma grande irresponsabilidade

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O secretário-geral do Sindicato Nacional de Proteção Civil reiterou, no parlamento madeirense, que não foi dada “uma resposta adequada” aos incêndios que afetaram a região em agosto.

O secretário-geral do Sindicato Nacional de Proteção Civil, José Costa Velho, afirmou, esta segunda-feira, que “não houve uma resposta adequada” aos incêndios que devastaram a Madeira, no passado mês de agosto, nomeadamente no “ataque inicial” ao fogo. 

Esta posição foi partilhada pelo responsável na sua intervenção inicial na comissão parlamentar de inquérito sobre o ‘Apuramento de responsabilidades políticas no combate aos incêndios ocorridos entre o dia 14 e 26 de agosto’, na Assembleia Legislativa da Madeira. 

“Aquilo que afirmámos e voltamos a afirmar é que tudo o que aconteceu se prende, de facto, com aquilo que entendo e entendi que foi uma grande irresponsabilidade no ataque inicial aos incêndios”, afirmou José Costa Velho. 

“Penso que houve algum ‘isto não é nada, isto apaga-se’. Mas não apaga. O fogo tem de ser logo apagado à sua nascença, caso contrário torna-se num incêndio e, consequentemente, pode tornar-se numa tragédia”, acrescentou.

Segundo o responsável, esta primeira intervenção deve ser feita “logo nos primeiros minutos” de uma forma “musculada e consistente”, juntamente com “meios terrestres de combate a incêndios”

“Tudo isso não foi feito. E, depois, aquela questão da recusa, de alguma teimosia e não pedir de imediato ajuda externa”, apontou. “Esse pedido não foi feito, não sabemos muito bem porquê”, acrescentou.

O secretário-geral do Sindicato Nacional de Proteção Civil defendeu que “se devem assumir responsabilidades”.

“Se houver incêndios teremos de lhe saber dar uma resposta adequada. Penso que o que aconteceu na Madeira é que não houve uma resposta adequada”, completou.

Esta comissão de inquérito, requerida pelo PS, o maior partido da oposição madeirense, integra deputados dos sete partidos com representação parlamentar – PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN.

Até ao final do mês estão ainda agendadas audições a diversas entidades e outras serão posteriormente agendadas.

O incêndio rural deflagrou na ilha da Madeira em 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. No dia 26, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava “totalmente extinto”.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida, embora as autoridades regionais tenham sinalizado 5.116.