São Paulo, 05 abril 2024 – Jornalistas e empresas de comunicação social sofreram um ataque a cada três dias no Brasil em 2023, de acordo com levantamento divulgado hoje pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
O relatório contabilizou 111 casos de violência não letal, envolvendo pelo menos 163 jornalistas e veículos de comunicação social no período.
“Apesar da redução de 19% no número de registos e de 23,11% na quantidade de vítimas, os números apontam que a cada três dias a imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque”, apontou a organização.
O levantamento também informou que um profissional de comunicação foi morto após receber ameaças pelas denúncias que publicava num ‘blog’ sobre irregularidades no município onde vivia em 2023.
De acordo com a Abert, as agressões físicas lideraram os registos de violações ao trabalho jornalístico. Pelo menos 45 casos foram contabilizados, 40% do total. O número de profissionais que foram alvo de agressões subiu para 80, um aumento de 8,11% face ao ano anterior.
Os casos de atentados cresceram 50%, os de injúria subiram 200% e os furtos aumentaram 600%.
Já as ameaças a comunicadores e censuras mantiveram-se estáveis face a 2022.
Entre as violências não letais com redução de casos estão intimidações (-56%), ofensas (-68%), ataques e vandalismos (-40%) e crimes de importunação sexual (-25%).
A Abert citou um levantamento da Bites, uma empresa de análise de dados para decisões estratégicas, que revelou que, apesar da queda no número de agressões virtuais dirigidas aos profissionais e veículos de comunicação social em 2023, a imprensa brasileira sofreu 2,9 mil ataques por dia, ou dois ataques por minuto, nas redes sociais.