Emprego no setor cultural com ligeiro aumento em 2022 face a ano anterior

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Cerca de 190.600 pessoas trabalhavam no setor cultural em 2022 e a remuneração bruta em média era de 1.417 euros mensais, com valores ligeiramente acima do ano anterior, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No relatório anual estatístico de Cultura, o INE indica que em 2022 o emprego cultural contava com cerca de 190.600 pessoas – com um valor ligeiramente acima dos 187.700 trabalhadores contabilizados em 2021 – o que representa 3,9% da população total empregada.

Em 2022, a maioria dos trabalhadores do setor cultural era do sexo masculino (52,2%) e tinha o ensino superior completo (57,8%). A remuneração bruta total foi, em média, de 1.417 euros mensais, ou seja, verificou-se um aumento de 4% face a 2021.

O INE indica ainda que no ano passado havia 75.388 empresas no setor da cultura e das indústrias criativas, o que representa um aumento de 10% em relação a 2021.

O volume de negócios dessas empresas do setor cultural e criativo aumentou 21,2%, para 8,1 mil milhões de euros em 2022.

A área de atividade com maior aumento de volume de negócio foi a das agências de publicidade (mais 241,5 milhões de euros). Em sentido inverso, a que registou maior descida foi a da edição de revistas e publicações periódicas, com perda de 7,2 milhões de euros.

A balança comercial de bens culturais registou um saldo negativo de 231,6 milhões de euros (agravado em 23 milhões de euros face a 2021): Portugal importou bens no valor de 469,7 milhões de euros e as exportações atingiram os 238,1 milhões de euros.

Em 2022, as câmaras municipais tiveram uma despesa de 582 milhões de euros em atividades culturais e criativas, ou seja, gastaram mais 90,6 milhões de euros do que em 2021.

Citando dados da Biblioteca Nacional de Portugal, o INE indica ainda que em 2022 foram editados e impressos 11.449 livros, registando-se uma quebra de 5,2% face a 2021.

Já em relação aos jornais e revistas, em 2022 a circulação total foi de 338,9 milhões, tratando-se a grande maioria (69,1%) de publicações gratuitas, e geraram receitas de 264 milhões de euros.

No que aos jornais e revistas pagos diz respeito, os preços aumentaram, em 2022, 11% em relação ao ano anterior.

Das 840 publicações periódicas que existiam no ano passado, 447 eram revistas e 393 jornais.

Do total de publicações, 45,7% existiam apenas em papel, 41,2% em papel e ‘online’ e 13,1% apenas ‘online’.

A larguíssima maioria dos utilizadores de internet (81,8%), pessoas entre os 16 e os 74 anos, leram notícias ‘online’, em jornais, revistas ou outros ‘sites’ de informação, nos três meses anteriores ao inquérito do INE.

No entanto, a compra de livros, revistas e jornais (papel e digital, bem como subscrições ‘online’) foi feita por 29% dos inquiridos em 2022, 0,2 pontos percentuais menos do que em 2021.

No ano passado, as receitas e despesas dos jornais e revistas atingiram 264 milhões de euros e 165,4 milhões de euros, respetivamente.

Cerca de metade das receitas (51,1%) e a larga maioria das despesas (72%) eram dos jornais.

As receitas das publicações periódicas tiveram, em 2022, origem na circulação paga (66,7%) e na publicidade (31,5%).

Em 2022, os museus em Portugal registaram 15,8 milhões de visitantes, representando um aumento de 8,3 milhões relativamente a 2021. Ainda assim, o valor está ainda abaixo dos 19,8 milhões de visitantes em 2019, antes da pandemia da covid-19, ressalva o INE.

Do total de visitantes, aumentou o número de entradas de estrangeiros, atingindo os 7,7 milhões (mais 4,8 milhões do que em 2021).

Fonte: Notícias ao Minuto