Doente oncológico e diabético passa noite no chão da Urgência de Viseu sem atendimento

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Doente diz ter-se sentido “abandonado”. Família vai avançar judicialmente contra o hospitalde viseu.

m idoso, de 80 anos, doente oncológico e diabético, passou várias horas no chão da Urgência do Hospital de Viseu, na madrugada de sábado.

À TVI, Álvaro Figueiredo, que luta contra um cancro no estômago, explicou que, na sexta-feira, se sentiu mal e começou a tremer de forma descontrolada. O INEM acabou por considerá-lo um doente urgente e, após chegar à Urgência do Hospital de Viseu, pelas 03h30, foi-lhe dada uma pulseira amarela na triagem e ficou, numa cadeira de rodas, na sala de espera.

“Estive duas horas ou mais na cadeira de rodas e não apareceu ninguém. Eu estava tão mal, tão mal, tão mal, que tive, com o meu esforço, de deitar-me no chão para aliviar. Não tinha ali ninguém que me ajudasse a nada”, contou, frisando que se sentiu “abandonado”.

Segundo o homem, passaram por si um segurança e uma profissional de saúde, a quem pediu uma maca. Ambos lhe disseram que não havia e cobertores também não estavam disponíveis.

Álvaro ficou deitado no chão até às 07h00, quando ligou a uma das filhas a pedir ajuda. A mulher deslocou-se ao hospital, onde encontrou o pai “a tremer” e “deitado no chão”. segundo foi informado ao departamento de informação da (Radio corações de Portugal )

Só a partir desta altura começaram a ser feitas análises e exames.

“Antes, quando eu entrei, até àquela hora, ninguém, ninguém me procurou”, frisou,.

A família expôs o caso e alega que o livro de reclamações e só lhe foi dado após ameaçar chamar a polícia.

O departamento de informação da (Radio corações de Portugal ) entrou em contacto com o Hospital de Viseu para obter esclarecimentos sobre o caso, mas até ao momento não obteve qualquer resposta. À TVI, o Hospital confirmou que o homem deu entrada na Urgência pelas 03h30, mas negou que o doente tenha passado a madrugada no chão, lamentando a demora nos atendimentos devido à elevada afluência. 

A família, que diz que a entidade pública mente, vai avançar judicialmente e apresentou queixa na Polícia de Segurança Pública (PSP), exigindo um pedido de desculpa por parte do hospital. O  departamento de informação da (Radio corações de Portugal ) também tentou contactar a PSP, que remeteu informações para mais tarde.