Treinador português falou ainda da sua passagem pelo futebol brasileiro.
Vítor Pereira concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista ao jornal espanhol Marca, na qual, entre outros temas, falou sobre a saída do FC Porto em 2013, depois de ter alcançado o bicampeonato ao serviço dos azuis e brancos.
“Saí por decisão minha. Não quis renovar porque já levava oito anos de FC Porto, cinco na Academia e três na equipa principal. A minha intenção, quando não renovei, era ir para Inglaterra e treinar o Everton, mas isso acabou por não acontecer e fui para a Arábia Saudita, porque queria garantir o futuro da minha família, do ponto de vista económico”, disse o técnico português, antes de analisar o investimento que tem sido feito pelos sauditas.
“Se pensam que basta contratar jogadores e treinadores de qualidade para terem uma liga forte a longo prazo, estão enganados. Para mim foi o que falhou na China. O objetivo era a seleção e pensaram que criariam uma seleção forte naturalizando jogadores estrangeiros já veteranos, mas, como os resultados não apareceram, fecharam a ‘torneira’ e deixaram de investir”, prosseguiu, falando ainda da mudança de Cristiano Ronaldo para o Al Nassr.
“Penso que para o Cristiano foi uma forma de se reivindicar, de continuar a sentir-se importante. Os jogadores que fizeram uma carreira de topo, independentemente da idade, precisam de continuar a receber atenção. Ele foi muito rápido, antecipou o futuro. Entendeu que na Arábia continuaria a ser importante e recuperou a alegria de jogar, inclusivamente na Seleção. Há muito tempo que não via o Cristiano tão feliz. Às vezes precisas de um espaço onde te sintas querido e importante, foi isso que a Arábia lhe deu. Além do dinheiro, como é óbvio”, frisou Vítor Pereira.
O ex-treinador do FC Porto analisou ainda a sua passagem pelo futebol brasileiro, onde esteve ao serviço de Corinthians e Flamengo.
“No Brasil há bons treinadores locais, mas eles procuram adaptar os processos táticos do treino europeu à incrível qualidade técnica do futebolista brasileiro. No caso dos treinadores portugueses, ajuda o facto de o idioma ser o mesmo. O mau no Brasil é que não há projetos. Vives dependente do que acontecer no jogo seguinte. Quando cheguei comecei a disputar títulos, sem treinar. Em dois meses disputámos quatro títulos. No Brasil as viagens são um problema, são muito grandes, as diferenças de temperatura são enormes, há muitas competições… E ficas com pouco tempo para treinar. Eu preciso de implementar a minha forma de jogar e no Flamengo não tive tempo. No Corinthians sim, penso que fizemos um grande trabalho”, finalizou.
Fonte: Notícias ao Minuto