Coluna Bastidores

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EM ENTREVISTA

Hoje trouxemos a vocês uma entrevista super especial, feita via e-mail, com nossa querida Mokika, cantora Portuguesa, nascida nos Países Baixos, Holanda, e aqui ela contará para nós um pouco de sua história. Continue acompanhando.

Mokika é um nome artístico ou seu verdadeiro nome? E o que significa?

Mokika é o meu nome artístico. Na verdade não tem nenhum significado especial.

Passei a ser carinhosamente chamada de Mokika pela famíla e amigos depois de nascer a minha irmã que, quando começou a falar, não sabia dizer o meu nome. Começou por chamar- me Moka e depois Mokika. O nome foi ficando e achei por bem adotá-lo como nome artístico, também para separar um pouco a minha vida pessoal do caminho artístico que estava a iniciar.

O que fez você se tornar uma musicista?

 Um músico já nasce com alma de músico. Sempre me senti ligada a esta área, de uma forma ou de outra. Em pequena, os amigos já me procuravam para lhes ensinar as notas musicais, as escalas e para aprender a tocar a flauta, instrumento que aprendíamos na escola. O resto foi surgindo com naturalidade, os grupos, a orquestra… era uma questão de agarrar as oportunidades.

Você compõe todas as suas músicas?

Quando iniciei a minha carreira, em 2017, não tinha experiência em composição. Inicialmente nem pensei que alguma vez fosse compor. A vontade de o fazer surgiu já depois do lançamento do primeiro CD. Houve uma altura em que comecei a sentir a necessidade de escrever os meus sentimentos. Foi com algum receio que comecei a escrever e a compor, é sempre uma grande responsabilidade porque não sabemos como é que as pessoas vão reagir. Mas resolvi que teria de tentar e corri o risco. Depois da primeira música (As minhas manas), quis escrever mais e tentar novas sonoridades e novos ritmos e estou feliz por tê-lo feito, pois a maioria das músicas deste segundo CD já foram escritas por mim.

Descreva o seu processo criativo?

Ui, é difícil de descrever, até porque não acontece sempre da mesma forma. Algumas músicas foram escritas num ou dois dias e outras levaram meses… Geralmente começo pela letra, que vai surgindo na minha cabeça. As palavras já me saem com a melodia. Depois é ajustar para que a letra soe bem, pensar no tipo de ritmo que quero para aquele poema e quais são os instrumentos que me fazem sentido para a canção. Mas como disse, não é sempre igual.

Quem te inspira?

Inspiro-me nas situações que vivi ao longo da minha vida e que me marcaram, coisas que acontecem. Não me inspiro em artistas ou grupos, embora existam sonoridades de que gosto muito e que acabam por influenciar as minhas músicas.

Que tipo de cantora você se classificaria?

Gosto de vários estilos musicais e não me vejo a cantar o mesmo tipo de música o tempo todo. Embora a maioria das minhas músicas sejam do tipo popular, também adoro baladas, pop e mais estilos que ainda não tive a oportunidade de cantar. Deixo ao critério de quem me escuta.

Qual foi o melhor desempenho da sua carreira até agora?

É difícil de dizer porque a minha carreira é curta. Comecei este projeto em Junho de 2017. Em 2019 estava feliz com os resultados alcançados, os prémios IPMA fizeram com que me sentisse reconhecida pelo meu trabalho. Depois meteu-se a pandemia pelo meio e tudo parou, as músicas que tinha para lançar ficaram à espera, a minha ida aos EUA foi cancelada, assim como todos os espetáculos. Este ano foi o renascer. Lancei a música “Eu tenho um sonho” em Janeiro e logo de seguida o tema mais popular “Vamos Treinar”, por isso este ano está a decorrer de forma muito positiva.

Qual é a sua música favorita para tocar?

Adoro todas as minhas músicas, e adoro ainda mais o facto de ter gravado estilos diferentes. A que mais me toca o coração é o tema “Pai, eu te agradeço” por ser uma mensagem mais íntima que escrevi para o meu pai. Mas todas elas são, de algum modo, muito especiais.

Quais qualidades você tem que te ajudaram na área da música?

Todos temos qualidades que, inconscientemente, nos ajudam. O facto de tocar bem o meu acordeão é logo uma grande vantagem porque me permite interagir mais facilmente com o público. O acordeão que está presente nas minhas músicas, também sou eu que o gravo. Depois acho que também tenho um bom ouvido, penso que é fundamental não só para cantar, mas para trautear as músicas na minha cabeça, compor e apanhar rapidamente qualquer melodia que oiço.

Qual é o melhor conselho que lhe foi dado?

“Se é o que queres, vai em frente. Se correr bem é ótimo, se correr mal, foi uma experiência com a qual podes aprender.” Tenho sempre esta frase presente, foi o meu marido que a disse quando lhe referi que gostaria de cantar e gravar um CD. O apoio dele foi fundamental.

Se você pudesse fazer a abertura de algum show, para qual artista seria?

Nunca pensei nisso, para ser sincera. Gostaria de participar no espetáculo de algumas bandas internacionais que eu admiro e sigo desde nova, tal como os Scorpions, porque isso me daria a oportunidade de partilhar sensações/emoções e aprender coisas novas.

Você canta no chuveiro? Quais músicas?

Nem por isso… Canto mais para dentro do que para fora. Adoro trautear melodias de todos os estilos, desde que me entrem no ouvido.

Quais lugares você se apresentou que mais te ajudaram em sua carreira?

Todos os lugares em que eu cantei foram fantásticos e todos me ajudam a crescer. Ainda não tive a oportunidade de cantar em grandes salas de espetáculo.

Qual é o local dos seus sonhos para se apresentar?

Há muitos espaços bonitos e grandiosos. Mas o que mais desejo é cantar em locais em que todas as pessoas sabem as letras das minhas músicas.

Como você acha que a internet afetou o negócio da música?

Se por um lado a tecnologia me prejudica, porque vendo menos discos ou porque simplesmente copiam as músicas, por outro lado é uma forma de divulgar o meu trabalho. Pessoas do mundo inteiro ouvem as minhas canções, opinam, enviam mensagens, dão força. Todos têm a possibilidade de mostrar o que fazem de melhor. Há sempre os dois lados de uma moeda, nem tudo é mau. No meu caso, aproveitei para criar a minha própria editora e otimizar a interação nas plataformas digitais.

O quão longe você almeja ir com sua carreira?

Quero ir até onde Deus me permitir. Adoro cantar, dou sempre o meu melhor. Tento passar mensagens bonitas através das minhas canções. Cantarei até conseguir.

 Qual é o seu processo para lidar com a ansiedade antes de um show?

Não sou muito ansiosa. Lido com as apresentações em palco desde muito pequena, em diversos formatos. O que sinto é o peso da responsabilidade. Gosto de silêncio antes de entrar em palco para me prepara mentalmente para o que tenho a fazer.

Quais músicos famosos te deram maior aprendizado?

Não tenho um músico preferido. Tenho algumas músicas preferidas dentro de vários estilos e são elas que influenciam tudo o que eu componho.

Qual é a sua parte favorita nesse ramo de trabalho?

A parte que eu mais adoro é a parte do estúdio. Cantar e discutir ideias daquilo que quero para a minha música.

Que conquista você se vê alcançando nos próximos 5 a 10 anos, considerando que você acabou de ser indicada ao Josie Music Awards?

Ser nomeada para os Josie Music Awards foi fantástico. Não significa que essa nomeação me torne uma artista melhor que os outros ou que a vida vá mudar, mas porque é um orgulho muito grande ser a única portuguesa a estar entre tantos artistas talentosos do mundo inteiro e poder representar o meu país. Sinto-me muito honrada e reconhecida pelo meu trabalho e isso é maravilhoso.

Qual mensagem você deixaria para seus fãs?

Que sejam sempre felizes. Que sigam o caminho dos seus sonhos sem se importarem com os comentários alheios, pois são eles que, muitas vezes, nos fazem fraquejar. Em frente é o caminho e cada um tem o seu!

Quem mais te ajudou na sua vida de artista?

Sem dúvida nenhuma, as pessoas que mais me ajudaram e apoiaram foram o meu pai, que me deu as ferramentas para iniciar este percurso e um apoio incondicional, e o meu marido, pelo trabalho incansável que tem desenvolvido, pelo apoio total e por nunca me deixar desistir dos meus sonhos.

 Se você pudesse mudar algo nessa indústrias, o que seria?

Entrar neste mundo é um choque brutal porque parece tudo muito bonito e fácil. Quando não se conhecem as pessoas certas tropeçamos em muitos obstáculos, é muito difícil. Penso que falta clareza, era bom saber à partida com o que se pode, ou não, contar. Mas as coisas demoram tempo a mudar.

O que você faria de diferente se fosse começar novamente?

Penso que todos mudaríamos a forma de fazer as coisas, se soubéssemos o que vamos encontrar mais à frente. Mas não sabemos. Se soubesse o que sei hoje, provavelmente não acreditaria nos contos de fada que me contaram. Não confiava cegamente que as pessoas no querem bem. Ninguém dá nada a ninguém. O caminho não seria mais fácil, mas pelo menos não apanhava tantas desilusões.

Obrigada a todos e especialmente a nossa maravilhosa artista a qual dividiu aqui conosco um pouco de sua jornada.