Luís Marques Mendes comentou as eleições regionais dos Açores, numa altura em que as projeções mais recentes dão a vitória à coligação Aliança Democrática, composta pelo PSD, CDS e PPM.
O antigo líder do Partido Social Democrata Luís Marques Mendes comentou, este domingo, as eleições regionais dos Açores – que pode acompanhar aqui – numa altura em que a projeção da Universidade Católica, que dá a vitória à coligação da Aliança Democrática (AD).
“É mesmo o único dado que temos, neste momento”, começou por referir o social-democrata no seu espaço de comentário na SIC Notícias.
Sublinhando que a projeção, avançada pela RTP, aponta para uma vitória da coligação composta pelo PSD, CDS e PPM, “que pode ser ou não de maioria absoluta”, Marques Mendes notou que é “uma grande vitória da Aliança Democrática”.
“Ou seja, a AD ganha face às expectativas, face ao passado e face à governação“, notou, explicando que tudo o que se apontava na última semana era que a coligação ou perdia ou precisaria de outros partidos, nomeadamente, do Chega. “Julgo que estes dados apontam exatamente em sentido contrário”, acrescentou, em relação a uma eventual vitória face às expectativas.
No que diz respeito ao passado, Marques Mendes recordou: “O PSD já não tinha uma vitória nos Açores há 32 anos. Desde 1992. Desde Mota Amaral. José Manuel Bolieiro fica na História porque volta a colocar o PSD na rota das vitórias”.
E quanto à governação, o comentador defendeu que esta será também uma grande vitória perante a governação. “Umas eleições como estas são, em primeiro lugar, um julgamento de quem está no governo, da ação governativa. Dos resultados, das melhorias. Este resultado, a confirmar-se, mostra que a governação estava bem vista. Que o governo estava bem visto. E, portanto, que foi um erro o governo ser derrubado. Porque o governo foi derrubado por causa do orçamento”, considerou.
Para além da eventual “grande vitória”, Marques Mendes referiu também que os resultados mostram também uma derrota do Partido Socialista, “que pode ser relativamente pesada”, e justificou: “É uma derrota face às expetativas, face ao resultados anteriores e na estratégia”, dado que os resultados das sondagens apontavam para que a o PS pudesse ganhar as eleições – tal como aconteceu há quatro anos, altura em que não se conseguiu formar governo, com uma vitória de 39%.
“E perde na estratégia. Qual foi a estratégia do Partido Socialista durante esta campanha inteira nos Açores? Associar o Chega à AD. Pois bem – este papão do Chega não colou. A ideia era que os votos mais moderados fossem parar ao Partido Socialista – esta estratégia não teve sucesso”, sublinhou.