“Preta Gil se vai” — a dor silenciada de uma voz que brilhou

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Por Redação Corações de Portugal

Nesta segunda-feira, 21 de julho de 2025, o Brasil e o mundo da cultura perderam Preta Maria Gadelha Gil Moreira — aos 50 anos, a cantora, apresentadora, atriz e ativista faleceu em Nova Iorque, vítima de um câncer no intestino que recidivou e avançou em metástase por diversas regiões do corpo. O falecimento ocorreu em 20 de julho, no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, onde a artista buscava tratamento experimental dentro de terapias avanças iniciadas em 2023.

Uma trajetória de talento, coragem e militância

Preta Gil lançou seu primeiro álbum em 2003, Prêt‑à‑Porter, marcando o início de uma carreira pautada por diversidade de gêneros e mensagens de empoderamento. Ao longo dos anos, expandiu sua atuação como atriz, apresentadora de programas como TVZ Ao Vivo, e como fundadora da agência Mynd, voltada à representação de talentos digitais.

Mesmo enfrentando a dura realidade do câncer intestinal desde 2023, Preta manteve-se ativa e engajada em causas sociais. Seu Bloco da Preta tornou-se ícone no Carnaval do Rio, reunindo milhares de pessoas e celebrando autoestima, inclusão e orgulho.

A partida e o luto

O anúncio da morte foi feito por Gilberto Gil — ícone da MPB e ex-ministro da Cultura — via redes sociais, em uma nota carregada de emoção. Ele informou que a família encontra-se nos EUA cuidando dos trâmites para repatriar o corpo e pediu compreensão neste momento de grande dor.

No início do ano, Gil havia dito que Preta era “cuidada pelo Brasil inteiro”, reconhecendo o apoio público à sua jornada de luta contra a doença. Preta enfrentou complicações desde o diagnóstico: submeteu-se a radioterapia, cirurgias e implantou uma bolsa de colostomia definitiva para controle dos efeitos da doença.

O impacto e o legado

Preta deixa um legado que se estende além dos palcos. Como mulher negra, bissexual e fora dos padrões estéticos convencionais, confrontava tabus desde o início da carreira. Era uma voz ativa na luta contra o racismo, a gordofobia e a LGBTQIA+fobia, utilizando sua visibilidade para promover inclusão e respeito.

Deixa o filho Francisco, de 28 anos, seu único filho, e uma neta de 7 anos, Sol de Maria. Sua trajetória foi celebrada por artistas, clubes esportivos como Flamengo e Palmeiras, além de nomes emblemáticos da cultura brasileira, que compartilharam homenagens e mensagens de carinho nas redes sociais.


O que fica?

A partida de Preta Gil nos lembra que vida e arte são construídas com coragem e autenticidade. A artista que ousou romper barreiras, assumir sua identidade e empoderar gerações deixa um legado de brilho e de luta. Sua voz, sensual e firme, permanecerá presente — no coração de muitos e na história da cultura nacional.


Fontes consultadas:

Se desejar, posso adaptar esse conteúdo para outras mídias, como rádio ou redes sociais, com destaque à trajetória artística e ao legado de Preta Gil.

Pic: LOS40