Espanha, Itália e Grécia pediram hoje a Israel que garanta a segurança da flotilha ‘Global Sumud’, que se dirige a Gaza com dezenas de ativistas internacionais para dar ajuda humanitária, alegando que o grupo não representa qualquer ameaça.
O pedido de Espanha foi feito hoje pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que, à chegada à cimeira informal de líderes da União Europeia, realizada em Copenhaga, instou o Governo de Benjamin Netanyahu a não ameaçar a flotilha.
Os ativistas a bordo dos navios “não representam um perigo ou ameaça para Israel e, por isso, espero que Israel, neste caso o Governo de [Benjamin] Netanyahu, também não represente qualquer ameaça para esta flotilha”, disse.
Sánchez adiantou ainda que já avisou o Governo de Israel que os espanhóis que integram a flotilha irão usufruir de “total proteção diplomática”.

Também a Itália e a Grécia se dirigiram hoje ao Governo israelita, apelando, numa declaração conjunta dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros, à garantia de “segurança dos participantes”.
Os dois países pediram ainda às autoridades de Telavive para que permitam “a implementação de todas as medidas de proteção consular” dos seus cidadãos.
Ao mesmo tempo, os governos italiano e grego instaram os ativistas a aceitar a proposta da Igreja Católica de receber a ajuda que está a ser levada pela flotilha ao povo palestiniano em Gaza.
“Nós, ministros dos Negócios Estrangeiros da República Italiana e da República Helénica, apelamos às mulheres e aos homens da flotilha para que aceitem a oferta do patriarcado latino de Jerusalém de entregar em segurança a ajuda humanitária destinada às crianças, mulheres e homens de Gaza”, interrompendo a viagem em curso, referem na declaração conjunta.
Segundo a organização, a flotilha aproxima-se hoje da marca das 120 milhas de barcos que se dirige a Gaza com ajuda humanitária acusou hoje “navios militares israelitas” de alegadas “táticas de intimidação”, anunciando que irá continuar a sua viagem.
Segundo os organizadores, a flotilha encontrava-se às 05:30 TMG (06:30 em Lisboa) a 120 milhas náuticas do território palestiniano (cerca de 220 quilómetros), sendo que a Marinha israelita já disse estar pronta para intercetar os quase 50 navios com destino a Gaza se estes entrarem na zona de risco.
“Sem pôr em causa o respeito pela autonomia individual, deixamos este novo apelo e recordamos que há disponibilidade efetiva para fazer chegar a ajuda humanitária que transportam a Gaza através de Chipre”, avançou o Governo israelita.
“Neste momento delicado”, referiram os ministros dos dois países, “todos devem abster-se de iniciativas que possam ser exploradas por aqueles que ainda rejeitam a paz”, sem nomear nenhum ator específico.
O governo italiano enviou dois navios militares para apoiar a flotilha, mas anunciou que os barcos não entrarão na zona de exclusão declarada por Israel.
Os organizadores disseram na terça-feira que um destes navios tinha feito um pedido final para que parassem de navegar, o que tinha sido rejeitado pelos ativistas.
A decisão foi hoje criticada pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que considerou tratar-se de um momento em que todos devem “exercer responsabilidade, aguardando enquanto decorrem as negociações de paz”.
A organização da flotilha de barcos acusou hoje Israel de ter enviado, durante a noite, navios militares para realizar “manobras de intimidação”, garantindo que irá continuar a sua viagem até gaza.
A flotilha ‘Global Sumud’, que se descreve como uma “missão pacífica e não violenta”, é composta por aproximadamente 45 barcos com centenas de ativistas pró-palestinianos — incluindo três portugueses: a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte – de mais de 40 países, que transportam leite para bebés, alimentos e assistência médica.