Vice-presidente dos EUA apoia concessões territoriais à Rússia

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O vice-presidente norte-americano, JD Vance, defendeu hoje que a Ucrânia terá de fazer cedências territoriais para ser possível um acordo de paz com a Rússia.

“Penso que será perto das atuais linhas [da frente] que serão traçadas as novas linhas do conflito”, disse Vance aos jornalistas após visitar o mausoléu Taj Mahal, em Agra, no âmbito da viagem que efetua à Índia.

A Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia em setembro de 2022, cerca de sete meses depois de ter invadido e iniciado a guerra contra o país vizinho.

Os Estados Unidos apresentaram “uma proposta muito explícita” de paz entre os dois países, segundo Vance, que não pormenorizou.

“É altura de [as partes] dizerem ‘sim’ ou de os Estados Unidos saírem deste processo”, reafirmou o vice-presidente, que já tinha assumido esta posição anteriormente, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.

Para Vance, ambas as partes deveriam “depor as armas, encerrar a questão e dedicar-se à construção de uma melhor Rússia e de uma melhor Ucrânia”, segundo a agência noticiosa norte-americana Bloomberg.

Congelar o conflito nas atuais linhas da frente seria um revés para a Ucrânia, cujas autoridades têm afirmado que pretendem recuperar a totalidade do território correspondente às fronteiras de 1991, o que inclui a Crimeia.

Trata-se um dos principais pontos quentes do conflito, já que Washington estaria disposta a reconhecer o controlo russo sobre a Crimeia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky disse na terça-feira que tais propostas não correspondem à posição oficial da presidência dos Estados Unidos.

Zelensky também recusou na terça-feira entrar em discussões sobre o controlo da Crimeia e dos restantes territórios anexados, porque isso significaria “entrar no formato que a Rússia pretende”.