FC Porto e Benfica protagonizam, na noite deste domingo, o jogo grande da oitava jornada do campeonato português. De um lado está uma equipa que ainda não perdeu na I Liga. Do outro uma equipa em busca da retoma.

Costuma-se dizer que domingo é dia de missa e hoje não há exceção… ainda que no futebol. No dia em que celebramos a implantação da República, o Estádio do Dragão recebe um dos grandes jogos do campeonato português que coloca frente a frente FC Porto e Benfica, num Clássico que fecha a oitava jornada da I Liga.
Em campo vão entrar duas equipas em momentos bem distintos. O arranque de temporada perfeito do FC Porto vai ser testado pelo Benfica, ainda em busca da retoma, após a chegada de José Mourinho, e que tem estado a contas com uma virose entre o plantel.
Os dois rivais, os únicos ainda sem derrotas na I Liga, encontram-se numa fase bem diferente do que aconteceu na última temporada, quando as águias golearam os azuis e brancos por 4-1 em ambos os jogos do campeonato.
O FC Porto transfigurou-se em comparação com a última época e chega a este Clássico com nove triunfos em outros tantos jogos, um dos quais em casa do campeão Sporting, por 2-1. Do lado oposto, o Benfica entrará no Dragão após a primeira derrota com o novo treinador, em casa do Chelsea (1-0), mas também depois de uma vitória sofrida ante o Gil Vicente.
Na antevisão a esta partida, não faltaram os elogios mútuos por parte dos dois treinadores, mas também os já conhecidos ‘mind games’ por parte de José Mourinho, não fosse o técnico encarnado um especialista neste assunto.
Certo é que haverá emoções fortes no Estádio do Dragão. O encontro que fecha a oitava jornada está marcado para as 21h15 deste domingo, com arbitragem de Miguel Nogueira, da Associação de Futebol de Lisboa.
Treinadores em discurso direto
Francesco Farioli
O que espera do encontro? “Tentámos preparar o jogo com muita atenção, vendo os últimos quatro jogos deles, mas também um pouco mais além em experiências anteriores, como, por exemplo, o tempo de Mourinho quando esteve em Inglaterra. Temos de tentar prever o que vai acontecer, não sou o único a preparar o jogo da melhor forma possível. Fizemos o nosso trabalho. Vamos defrontar uma equipa muito boa, de Liga dos Campeões, com um grande orçamento. Vêm cá para competir ao mais alto nível e temos de estra preparados.”
Este jogo pode ser decisivo para o campeonato? “É importante, não podemos negar as evidências, mas não será decisivo. Há ainda muitos jogos. Muita coisa pode ainda acontecer.”
O que espera do Benfica e do seu treinador? “No passado recente, o jogo com o Chelsea é um bom exemplo de diferentes cenários e estratégias. Uma das principais características das suas equipas é o facto de serem camaleónicas e lerem bem os momentos do jogo. As dinâmicas e cenários são muitos. Preparámos o jogo com atenção e para as coisas que esperamos. Mas temos de estar preparados para o inesperado. O mais importante é como os jogadores estarão preparados para o jogo para tomar as melhores decisões e soluções em campo.”
José Mourinho
Nível emocional do Clássico: “Ao nível tático tivemos hoje um dia que nos permitiu trabalhar bem, com baixa intensidade, as nossas ideias. Ao nível emocional é importante que tanta gente nova perceba bem o contexto. Para um treinador que já esteve do lado de lá e está do lado de cá é mais fácil antecipar cenários ao nível emocional. Mesmo que tenham tido clássicos de outros países de onde venham, é importante terem uma boa noção que este clássico tem.”
Estratégia para travar Froholdt? “É um jogador muito bom, conhecia, não vou dizer que conhecia muito bem, mas é um jogador que já me passou pelos olhos e pelo computador. Tem uma disponibilidade física fantástica, trabalha muito, com chegada à área, muito perigoso em todos os níveis, seja em jogo jogado ou bolas paradas. Acho que é uma aquisição feliz para o FC Porto, integrado muito bem naquilo que é esta nova identidade, que lhe permite jogar no espaço. Teremos de ter muito cuidado e preocupações com todos.”

Virose muda onze? “Não. Pensámos ‘se’, mas não passou disso. O dia de hoje era importante para vermos como os jogadores se sentiam, eu próprio queria ver como estava hoje e senti-me normal, os jogadores também. Desde que não haja marcha-atrás, não haverá problemas. O onze? Não lhe respondo. Mas nada que estará relacionado com mais ou menos tosse ou mais ou menos vómito.”