Depois dos acontecimentos de violência na AG do passado sábado, dia 27 de setembro, o clube encarnado falou sobre a liberdade de expressão e um aviso para os sócios do emblema das águias.
A Mesa da Assembleia Geral do Benfica reagiu, esta segunda-feira, aos incidentes ocorridos na AG do passado sábado, dia 27 de setembro, e garantiu que “nenhum sócio será limitado no exercício dos seus direitos”, deixando ainda a garantia de que “todos os sócios que requereram o uso da palavra acabaram por fazê-lo”, reforçando que não permitiria que não fosse dessa forma.

A MAG ainda considerou que a não aprovação da proposta de regulamento que foi a votos nesta AG não deverá alarmar os sócios, justificando que “as eleições disputar-se-ão a 25 de outubro, sendo regidas pelos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica e de acordo com as normas não revogadas do Regulamento de 2021, que, à data, mereceu um amplo consenso”.
De recordar que Luís Filipe Vieira, antigo presidente e candidato às eleições do próximo dia 25 de outubro, procurou discursar, mas sem sucesso, dadas as vaias e os insultos de que foi alvo, quando subiu ao púlpito. Rui Costa, atual líder máximo do clube, ainda procurou serenar os ânimos, mas sem sucesso.
Luís Filipe Vieira chegou ao local, aproximadamente, 15 minutos depois do arranque da reunião magna, rodeado de uma equipa de seguranças, e sentou-se ao lado de João Correia, candidato à presidência da Mesa da Assembleia Geral pela lista que lidera, e desde cedo foi alvo de protesto.
Um dos primeiros sócios a dirigir-se ao público apontou, de resto, de imediato o dedo ao antecessor de Rui Costa, face ao “legado” que deixou. Quando o próprio se levantou, foi ‘brindado’ por cânticos de alguns presentes, tendo-se ouvir “O Benfica é nosso e há-de ser”.
Foi então que, à chegada ao púlpito, o cenário ‘descambou’. Por entre assobios, não conseguiu pronunciar-se, gerando um clima de tensão que culminou, inclusive, em agressões entre associados, quando José Pereira da Costa tentava encontrar maneira de prosseguir com o evento.
[Notícia atualizada às 15h30]
Confira o comunicado na íntegra:
“Considerando as Assembleias Gerais ocorridas no sábado, dia 27 de setembro de 2025, a Mesa da Assembleia Geral comunica o seguinte:
1. O Sport Lisboa e Benfica é uma referência da Democracia portuguesa e um farol da liberdade de expressão, não sendo admissível que nenhum sócio possa ser limitado no exercício dos seus direitos, nomeadamente de requerer o uso da palavra numa Assembleia Geral;
2. Nesse considerando, a Mesa, lamentando e condenando os factos e vicissitudes que são do conhecimento geral, sublinha que, ainda assim, todos os sócios que requereram o uso da palavra acabaram por fazê-lo – reforçamos que jamais permitiríamos que assim não fosse!
3. Quanto à não aprovação da proposta de regulamento, a Mesa remete para as suas anteriores comunicações, tranquilizando os sócios do Clube: as eleições disputar-se-ão a 25 de outubro, sendo regidas pelos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica e de acordo com as normas não revogadas do Regulamento de 2021, que, à data, mereceu um amplo consenso;
4. Oportunamente, mas sempre após a publicação do edital das eleições, a Mesa publicará os procedimentos e trâmites eleitorais, assim como as minutas referentes à apresentação das candidaturas – que só existirão, nessa qualidade, após a sua receção definitiva.
5. A Mesa sabe que os mais de 250 000 sócios do Sport Lisboa e Benfica com capacidade eleitoral ativa ambicionam umas eleições que cumpram o desígnio fundacional do Clube, bem assente na insígnia E Pluribus Unum, pelo que – da mesma forma que, em conjunto com os demais órgãos sociais do Clube, levou a bom porto o processo de revisão dos Estatutos, mesmo quando muitos pensaram que tal não seria possível – assegura que o presente processo será regular, lícito, transparente, auditável, culminando numa manifestação de Democracia que orgulhará todos os Benfiquistas.
A Mesa da Assembleia Geral.”