Trump promete ‘grande anúncio’ sobre possível relação entre paracetamol na gravidez e autismo

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Autoridades federais têm analisado uma possível ligação entre o uso precoce de paracetamol durante a gravidez e um aumento do risco de autismo em crianças. Uma conexão que, segundo os investigadores, precisa de ser estudada com mais profundidade.

Segundo o Washington Post, Donald Trump prepara-se hoje para fazer um discurso em que vai associar a toma de paracetamol ao risco de autismo. Segundo informações a que esta publicação teve acesso, a administração de Trump irá mesmo aconselhar mulheres grávidas a não tomarem o medicamento.

Donald Trump irá assim dar como certa uma longa controvérsia que muitos médicos têm vindo a defender como não sendo fundamentada, lembra o The Guardian.

Recorde-se que o The Wall Street Journal já tinha avançado, no início do mês, que a administração Trump se preparava para fazer um anúncio relacionado com esta situação. O próprio secretário da saúde, Robert F. Kennedy Jr, já tinha promovido debates polémicos acerca do autismo e referido que um anúncio importante ia ser feito este mês.

Ontem, em declarações aos jornalistas, quando questionado sobre o assunto, o presidente dos EUA, considerou que “há algo de artificial que está muito errado”, disse, referindo-se ao facto de nos últimos 15 anos o número de crianças com autismo ter aumentado substancialmente, segundo os seus dados.

“Se pensarmos bem, há 15 anos, uma em cada 10 mil pessoas nascia com autismo, e agora é uma em cada 12, um em cada 10 rapazes. As raparigas uma em cada 20”, disse, fazendo ainda uma referência à toma de vacinas.

“As vacinas são ótimas. Podem ser muito interessantes. Mas quando se põe o material errado nelas e as crianças recebem estas vacinas sem parar…”, atirou para o ar, antes de se afastar e garantir que se pronunciaria sobre o assunto esta segunda-feira.

Alerta sobre medicamento 

Segundo revelaram quatro fontes, que pediram anonimato, ao Washington Post, Trump fará um anúncio sore o risco da toma de paracetamol bem como sobre um outro remédio capaz de ‘curar’ o autismo. 

As autoridades sanitárias norte-americanas devem aumentar os alertas sobre a toma de acetaminofeno, o ingrediente ativo do paracetamol, e um dos medicamentos mais utilizados em todo o mundo, durante a gravidez. Segunda estas quatro fontes, o alerta visa pedir às mulheres que não tomem este medicamento durante os primeiros meses de gestação, a menos que apresentem sintomas como febre.

Um medicamento que ‘cura’ o autismo?

A par disso, as autoridades vão procurar também fazer a apresentação de um medicamento que dizem crer que tem potencial para tratar o autismo. Em causa, está o Leucovorin, normalmente prescrito para neutralizar os efeitos secundários de alguns medicamentos e para tratar a deficiência de vitamina B9. 

Segundo a publicação norte-americana, alguns ensaios em que foi administrado este medicamento  a crianças com autismo demonstraram o que alguns cientistas descrevem como melhorias notáveis na sua capacidade de falar e compreender os outros.

Dia histórico para o país?

As conclusões que serão hoje apresentadas, é o resultado uma longa preocupação de Donald Trump com as elevadas taxas de autismo, tendo inclusive incumbido a sua equipa da pasta da saúde a procurar mais respostas sobre o assunto.

Recorde-se que no início deste mês, noticiava-se que as autoridades federais de saúde norte-americanas pretendiam adjudicar um contrato ao Instituto Politécnico Rensselaer para investigar se existe uma ligação entre a vacinação e o autismo.

“Amanhã [hoje] vamos fazer um grandes anúncio, a nível médico, na história do país”, anunciou ontem, no âmbito da sua presença nas cerimónias fúnebres do ativista Charlie Kirk, “Acho que vão achar o que vamos anunciar incrível”, atirou ainda.