O governo iraniano condenou hoje a ofensiva de grande escala, lançada na terça-feira, pelo Exército israelita contra a Cidade de Gaza e acusou Israel de “cometer genocídio” sob “supervisão dos Estados Unidos”.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Esmaeil Baqaei, afirmou que a ordem para iniciar a operação partiu do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante uma visita oficial a Washington, e sustentou que isso “demonstra a cumplicidade dos EUA no genocídio na Palestina ocupada”.
Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, Baqaei declarou que “o regime sionista demonstrou repetidamente que não respeita quaisquer limites legais, morais ou humanos”, apelando à comunidade internacional para adotar “medidas imediatas” contra a “belicosidade e agressão” de Israel.
O porta-voz advertiu ainda que manter relações com “um regime ocupante, genocida e terrorista” equivale “a normalizar” as ações desse regime, sublinhando que os países da região “partilham uma preocupação comum com as ameaças representadas pelo regime sionista”. “Este não é um problema específico da região, mas uma ameaça global”, acrescentou.

Na terça-feira, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) já tinha considerado que a ofensiva terrestre de grande escala contra a Cidade de Gaza representava “um novo capítulo na guerra genocida e na limpeza étnica sistemática” contra os palestinianos, agravando a catástrofe humanitária no enclave.
A invasão da cidade de Gaza está em curso, quando se assinalam quase dois anos de guerra na Faixa de Gaza, na qual já morreram mais de 64 mil pessoas e mais de 160 mil ficaram feridas, sobretudo devido aos ataques israelitas, indicam números do Governo de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, no qual morreram 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Quarenta e sete reféns continuam detidos em Gaza, incluindo 25 que, segundo o Exército israelita, já terão morrido.