FBI realiza buscas na residência de John Bolton, ex-conselheiro de Trump

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John Bolton, que foi conselheiro de segurança nacional durante o primeiro mandato de Donald Trump e posteriormente tornou-se crítico do republicano, não foi detido nem acusado de nenhum crime.

O FBI (polícia federal norte-americana) realizou buscas na casa e num escritório de John Bolton, ex-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca durante o primeiro mandato de Donald Trump, durante esta sexta-feira.

Segundo adiantaram fontes familiarizadas com o caso à agência de notícias The Associated Press (AP), em causa está uma investigação relacionada com a possível retenção de informações de segurança nacional.

As buscas foram levadas a cabo na casa de John Bolton, em Maryland, e no seu escritório, em Washington. 

Bolton, que foi conselheiro de segurança nacional durante o primeiro mandato de Donald Trump e posteriormente tornou-se crítico do republicano, não foi detido nem acusado de nenhum crime.

Esta manhã, o diretor do FBI, Kash Patel, publicou na rede social X que “NINGUÉM está acima da lei” e que os agentes da autoridade estavam “em missão”.

Em resposta, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, defendeu que “a segurança dos Estados Unidos não é negociável”. “A justiça será feita. Sempre”, atirou.

Numa entrevista ABC no início deste mês, recorda a AP, Bolton tinha sido questionado se estava preocupado com a possibilidade de a administração Trump tomar medidas contra ele por ser crítico do presidente. No entanto, Bolton disse que Trump já tinha “ido atrás dele” ao retirar-lhe a segurança pessoal.

Acrescentou: “Acho que esta é uma presidência de retaliação”.

No início do ano, dias após a tomada de posse de Donald Trump, Bolton tinha revelado que o republicano o tinha retirado da proteção do Serviço Secreto destinado a altos funcionários.

Considerado belicista, Bolton afirmou que é alvo de um plano de assassinato do Irão entre 2021 e 2022. Teerão queria, alegadamente, vingar a morte do seu general Qassem Soleimani, morto a 3 de janeiro de 2020 num ataque com drones no Iraque ordenado pelo presidente Donald Trump quando ocupou pela primeira vez a Casa Branca (2017-2021).

De acordo com o republicano Bolton, o ex-presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, tinha prolongado a sua medida de proteção dos Serviços Secretos em janeiro de 2021, mas Donald Trump retirou-a e cortou todo o seu acesso a dados de segurança e de inteligência.

A relação entre Trump e o ex-assessor deteriorou-se após uma série de desentendimentos sobre a política externa dos Estados Unidos, que levaram à saída de Bolton do cargo em setembro de 2019.

Na altura, Trump afirmou que demitiu Bolton por discordar das suas posições, mas Bolton disse que foi o próprio que decidiu demitir-se.

A tensão aumentou ainda com a publicação do livro ‘The Room Where It Happened’, no qual Bolton teceu várias críticas a Trump. 

O livro, divulgado pouco antes das eleições presidenciais de 2020, revelava um retrato cru, sem filtros, do comportamento de Trump nos contactos com líderes estrangeiros. 

Na altura, o governo de Trump tentou impedir a publicação, alegando que o manuscrito continha informação classificada que poderia comprometer a segurança nacional.