Portugueses na Venezuela? “Não há situação que justifique alarme”

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O ministério dos Negócios Estrangeiros referiu que, até ao momento, “não há a registar qualquer situação que justifique alarme” entre a comunidade portuguesa que reside na Venezuela. Ainda assim, disponibilizou vários contactos de emergência “a fim de garantir uma comunicação eficaz e atempada com os serviços consulares”.

o ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu, este domingo, um comunicado a dar conta de que, até ao momento, “não há a registar qualquer situação que justifique alarme” entre a comunidade portuguesa que reside na Venezuela. 

“No âmbito da sua missão de apoio permanente à Comunidade Portuguesa, a Embaixada e os Consulados-Gerais estão em contacto permanente com os portugueses residentes na Venezuela, reforçando o compromisso do Estado com a proteção e assistência dos seus cidadãos”, pode ler-se. 

E acrescenta: “Até ao momento, não há a registar qualquer situação que justifique alarme

O ministério refere ainda que tem “sempre” planos de contingência para “as diferentes situações”, mas “são matéria naturalmente reservada”

Desta forma, o ministério tutelado por Paulo Rangel recomenda que “os cidadãos nacionais residentes na Venezuela mantenham os seus contactos atualizados, a fim de garantir uma comunicação eficaz e atempada com os serviços consulares portugueses sempre que se revele necessário”

Caso haja necessidade, os canais de urgência a contactar são o Consulado-Geral de Portugal em Caracas, Consulado-Geral de Portugal em Valência e Gabinete de Emergência Consular.

Também são disponibilizados os contactos telefónicos do consulado em Valência (+58 412-0405565 e +58 414-484 35 41), assim como o e-mail: valencia@mne.pt.

Os portugueses ainda podem ligar para o Gabinete de Emergência Consular através dos telefones +351 217 929 714 e +351 961 706 472, ou utilizar o e-mail gec@mne.pt.

O que se passa na Venezuela?

Recorde-se de que, sob o pretexto de combater o narcotráfico, os Estados Unidos mantêm desde setembro um destacamento naval e aéreo em águas das Caraíbas próximas da Venezuela.

Adicionalmente, Washington associou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao Cartel de Los Soles, um grupo alegadamente envolvido no tráfico de droga e classificado como terrorista pelos Estados Unidos.

A escalada de tensão entre os dois países acontece numa altura em que os Estados Unidos intensificam a pressão sobre a Venezuela com um grande destacamento militar, incluindo o maior porta-aviões do mundo, e admitem ataques terrestres no território venezuelano na luta contra os cartéis de droga.

Espaço aéreo fechado

Note-se que, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que o espaço aéreo da Venezuela deveria ser considerado como “totalmente fechado”, o governo de Caracas ‘não se deixou ficar’. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros denunciou e condenou a “ameaça colonialista” norte-americana.

A mais recente troca acesa entre os dois países foi espoletada por uma mensagem de Trump na sua rede social, a Truth Social, durante a tarde de sábado, 29 de novembro.

“A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, por favor, considerem o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela totalmente fechado. Obrigado pela atenção!”, escreveu o presidente norte-americano.

Horas depois, surgiu a resposta de Caracas: “A Venezuela denuncia e condena a ameaça colonialista que pretende afetar a soberania do seu espaço aéreo, constituindo assim uma nova agressão extravagante, ilegal e injustificada contra o povo venezuelano”.

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De “fechado” à “ameaça colonialista”: Que se passa entre EUA e Venezuela?

O espaço aéreo da Venezuela tornou-se no novo centro do conflito entre os Estados Unidos e o país liderado por Nicolás Maduro. Após o anúncio de Trump de que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado “totalmente fechado”, Caracas respondeu a condenar a “ameaça colonialista” norte-americana.Carolina Pereira Soares | 08:23 – 30/11/2025

Marcelo, PS e Chega preocupados com a comunidade portuguesa na Venezuela

Em Portugal, alguns atores políticos já comentaram os mais recentes desenvolvimentos entre Washington e Caracas. 

Em declarações aos jornalistas no final da sua visita ao Banco Alimentar, em Alcântara, Lisboa, no sábado, o Presidente da República realçou que está preocupado com a comunidade portuguesa na Venezuela, acrescentando que está atento à situação.

“Tenho acompanhado através do Governo, permanentemente, sobretudo do senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, tudo o que está a ser feito para prever os vários cenários possíveis e ter soluções”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

líder do Chega também comentou a situação, confessando que espera que “a paz seja preservada, sobretudo porque Portugal tem uma comunidade na Venezuela longa e antiga, que devemos proteger e para a qual devemos olhar”.

Em declarações à margem de uma sessão, em Coimbra, no sábado, André Ventura frisou ainda que Portugal deve estar preparado para a possibilidade do regresso dos portugueses emigrados na Venezuela.

Por último, o Partido Socialista também se pronunciou sobre assunto, embora mais indiretamente, endereçando uma pergunta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a comunidade portuguesa na Venezuela

“Existem planos de contingência especificamente destinados à comunidade portuguesa na Venezuela, reforço de meios ou canais de comunicação?”, questionaram os socialistas, que perguntaram ainda ao Governo se tenciona adotar medidas adicionais para assegurar o acesso aos serviços consulares e “eventuais operações de emergência ou apoio direto aos cidadãos portugueses e lusodescendentes”.

Caracas em ambiente calmo após declaração de fecho do espaço aéreo venezuelano

Caracas, 30 nov 2025 (Lusa) – A cidade de Caracas, capital da Venezuela, acordou hoje num ambiente de calma, um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, ter anunciado que o espaço aéreo venezuelano estava encerrado.

No leste da capital, em El Marquês, Chacao, La California, era notória a reduzida circulação de viaturas e de pessoas em estabelecimentos comerciais, como padarias.

Em La Candelaria e Parque Central, no centro de Caracas, já se registava esta manhã uma maior circulação de pessoas e veículos, mas, ainda assim, em quantidade inferior à dos dias úteis. O fecho de estabelecimentos comerciais contrastava com a presença de vendedores ambulantes nos passeios, alguns deles oferecendo livros antigos e enfeites de Natal.

“Aqui está tudo calmo, por mais que tentem provocar-nos. Estamos em resistência ativa ao imperialismo. Somos um povo rebelde e determinado”, respondeu um transeunte à agência Lusa ao ser questionado sobre o ambiente na zona.

Parado na união entre as avenidas Forças Armadas e Urdaneta, Hector Ledezma disse ainda acreditar que “nada nem ninguém” estragará o Natal os venezuelanos e afirmou que o encerramento do espaço aéreo “apenas afeta quem tem dinheiro, quem pode viajar”.

“A minha terra é Caracas, não preciso ir para nenhum outro país”, frisou, admitindo, no entanto, que poderia viajar até ao estado de Falcón, no centro do país, para visitar a família.

Por outro lado, na Avenida Lecuna, perto de Parque Central, Magaly Marcano, insistir em que os EUA não podem com os venezuelanos: “Temos os genes dos nossos libertadores.”

“Os EUA têm tentado afastar o nosso Presidente [Nicolás Maduro] do poder e têm fracassado. Não é ordenando o encerramento do espaço [aéreo] que nos vão intimidar ou condicionar. Na Venezuela, no ar, na terra, no mar e no nosso petróleo mandamos nós”, disse.

Perto de Parque Carabobo, um casal de idosos portugueses caminhava para a Igreja de La Candelaria, para assistir, como sempre, à missa dominical.

“Por aqui está tudo calmo e com a interceção de Deus tudo continuará assim […]. São momentos mais tensos que antes, mas tudo está calmo”, disse a mulher, precisando que há mais de 30 anos que não visita a Madeira e que o Natal é para o casal um tempo de nostalgia, de recordar o longínquo passado.

Com atividade reduzida, o Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetia registava hoje o atraso na chegada de pelo menos um voo da Copa Airlines proveniente de Bogotá, na Colômbia, e tinha várias operações aéreas programadas para a ilha de Curaçau, Panamá e Peru, das companhias aéreas Laser, Estelar e Avior.

Por outro lado, a estatal venezuelana Conviasa realizou vários voos hoje dentro da Venezuela, entre eles para San Fernando de Apure, San António de Táchira e Canaima.

Também as companhias aéreas AeroCaribe, Rutaca, Avior, Laser e Venezolana realizaram várias operações aéreas nacionais e têm outras programadas para o dia de hoje.

Trump declarou no sábado que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “totalmente fechado”.

“Todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de droga e traficantes de seres humanos, considerem o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela como totalmente fechado”, escreveu o líder norte-americano na sua rede social, a Truth Social.

Esta declaração de Trump surge numa altura em que os Estados Unidos intensificam a pressão sobre a Venezuela com um grande destacamento militar nas Caraíbas, incluindo o maior porta-aviões do mundo, e admitem ataques terrestres no território venezuelano na luta contra os cartéis de droga.

A Venezuela condenou a mensagem do Presidente dos Estados Unidos classificando-a como uma “ameaça colonialista”.

“A Venezuela denuncia e condena a ameaça colonialista que pretende afetar a soberania do seu espaço aéreo, constituindo assim uma nova agressão extravagante, ilegal e injustificada contra o povo venezuelano”, referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros, num comunicado.

Sob o pretexto de combater o narcotráfico, os Estados Unidos mantêm desde setembro um destacamento naval e aéreo em águas das Caraíbas próximas da Venezuela.

Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) recomendou “extrema cautela” ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas devido ao que considera “uma situação potencialmente perigosa” na região.

Várias companhias aéreas, incluindo a TAP, Iberia, Air Europa, Aviança e Turkish Airlines, suspenderam então os seus voos para aquele país.

O Governo venezuelano decidiu revogar posteriormente as licenças de operação da TAP, Iberia, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol, acusando-as de se “unirem aos atos de terrorismo” promovidos pelos estados unidos .

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by :joao conceicao