O acidente que vitimou duas turistas canadianas em Mesão Frio, Vila Real, ocorreu numa passagem de nível que não cumpria os requisitos legais, segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidente Ferroviários (GPIAAF).
passagem de nível particular onde ocorreu o atropelamento mortal de duas mulheres canadianas, em Mesão Frio, no distrito de Vila Real, no passado mês de setembro, “não estava conforme os requisitos legais”. As conclusões são do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidente Ferroviários (GPIAAF).
Numa nota informativa, divulgada esta quinta-feira, o GPIAAF recordou que, no dia 13 de setembro de 2025, pelas 11h10, “o comboio inter-regional de passageiros n. 865, que circulava na Linha do Douro, colheu mortalmente” duas mulheres, “ambas com deficiência auditiva e de nacionalidade canadiana, que se encontravam numa passagem de nível particular a tirar fotografias”.
Após o acidente, “foi de imediato aberto um processo de análise preliminar” que concluiu que “o sistema de proteção da passagem de nível não estava conforme com os requisitos legais aplicáveis às passagens de nível particulares”.
Neste sentido, foi “aberto um processo formal de investigação de segurança”, que incidirá, sobretudo, em analisar a “sequência de eventos do acidente”, a “condição do sistema de proteção da passagem de nível”, as “obrigações do titular da licença ou direito de servidão da passagem de nível particular”, o “processo do gestor da infraestrutura ferroviária para monitorização do cumprimento das licenças das passagens de nível particulares”, o “processo do gestor da infraestrutura ferroviária para gestão de riscos nas passagens de nível particulares” e o “enquadramento legal e regulamentar das passagens de nível particulares”.
O relatório final será publicado pelo GPIAAF, que, “caso detete, em qualquer fase da investigação, algum aspeto que entenda poder representar um potencial risco de segurança imediato não controlado”, emitirá “imediatamente um alerta urgente de segurança às entidades relevantes, para que estas possam tomar as medidas que entendam por adequadas”.
ítimas eram duas mulheres canadianas com deficiência auditiva
As vítimas, recorde-se, foram identificadas como Guylane Boulanger, de 62 anos, e Elise Bénard, de 66, ambas com deficiência auditiva. Segundo a estação televisiva canadiana CTV News, ambas residiam em Montreal e estavam de férias em Portugal com um grupo de pessoas.
Identificadas mulheres canadianas que morreram atropeladas em Mesão Frio
Guylane Boulanger e Elise Bénard, ambas com deficiência auditiva, morreram atropeladas por um comboio quando estavam a tirar fotografias em Mesão Frio, no distrito de Vila Real, na manhã do sábado passado.Márcia Guímaro Rodrigues | 09:18 – 17/09/2025
Uma amiga, identificada como Tobi-Lynne Payne, contou à CTV News que as mulheres adoravam viajar e eram muito conhecidas na comunidade surda de Montreal.
“Estive a chorar”, disse. “As minhas amigas enviaram-me mensagens o dia todo. Eu chorei muito porque elas são boas amigas minhas. Parece um acidente bizarro. Eu não conseguia acreditar”.
Nas redes sociais, a Associação Desportiva dos Surdos do Quebec (ASSQ) manifestou “pesar pela morte trágica de Élise Bénard e Guylaine Boulanger” e destacou que ambas “marcaram a comunidade surda pelo seu valioso envolvimento em várias organizações sem fins lucrativos”.
Rcp news
by: João conceição
