EUA aumentam verbas da Marinha para criar centros de detenção de migrantes

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O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos vai destinar 10 mil milhões de dólares (cerca de nove mil milhões de euros) à Marinha para acelerar a construção de centros de detenção de migrantes, avançaram hoje os ‘media’ norte-americanos.

De acordo com a estação norte-americana CNN, as novas estruturas poderão começar a operar já no próximo mês e terão capacidade para acolher até 10 mil pessoas cada em estados como Luisiana, Georgia, Pensilvânia, Indiana, Utah e Kansas.

Os centros, compostos principalmente por tendas, serão geridos em cooperação com o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), embora ainda não se saiba se algum será instalado em infraestruturas navais já existentes.

O acordo resulta de uma parceria entre o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Defesa, que recorrerá ao Comando de Sistemas de Abastecimento Naval (NAVSUP) para acelerar a contratação de empresas responsáveis pela construção e manutenção das instalações.

De acordo com o presidente da organização pró-imigrantes FWD.us, Todd Schulte, o novo contrato representa “um aumento de 250% face ao orçamento atual do ICE para prisões e detenções”.

A medida decorre do projeto de lei assinado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a 04 de julho, que prevê um total de 45 mil milhões de dólares (cerca de 39 mil milhões de euros) para novos centros de detenção.

O orçamento é 62% superior ao do sistema prisional federal e permitirá a detenção diária de até 116 mil pessoas, segundo o Conselho Americano de Imigração.

Desde janeiro passado, quando Trump regressou à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, o número de imigrantes detidos aumentou mais de 52%, atingindo 59.762 em setembro, segundo dados do projeto TRAC, que analisa estatísticas oficiais do ICE.

O Governo dos Estados Unidos (EUA) tem recorrido a instalações militares para impor a sua política de imigração, que envolve rusgas e detenções de migrantes.

Em agosto, as autoridades norte-americanas abriram um centro com capacidade para 5.000 pessoas em Fort Bliss, base militar no Texas, e têm defendido o envio de migrantes para a base naval da Baía de Guantánamo (Cuba) e para outras instalações fora do território continental, como o Djibuti.