Autoridades da Indonésia encontram níveis de radioatividade em plantação de cravinho

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As autoridades indonésias detetaram vestígios de radioatividade numa plantação de cravinho na ilha de Samatra, depois de o mesmo ter acontecido com camarões exportados para os Estados Unidos, anunciou hoje o Governo de Jacarta.

Em agosto, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) anunciou que tinha encontrado traços do isótopo radioativo césio-137 em camarões congelados importados da Indonésia.

Mais recentemente, a FDA detetou césio-137 numa amostra de cravinho importado do arquipélago do Sudeste Asiático.

Na sequência das denúncias, o Governo indonésio nomeou uma comissão que iniciou investigações e inspeções a uma fábrica de transformação e a uma quinta na ilha de Java, bem como a uma exploração em Lampung (Samatra).

Foram descobertos vestígios de radioatividade na quinta produtora de cravinho em Lampung, segundo o porta-voz da comissão, Bara Hasibuan.

A empresa foi obrigada a suspender a venda da produção da especiaria originária das ilhas indonésias das Molucas.

“Enquanto não se chegar a uma conclusão, pedimos que o cravinho proveniente da quinta não seja vendido”, afirmou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Bara Hasibuan disse que a Agência Indonésia de Regulação da Energia Nuclear (Bapeten) estava a realizar testes a amostras recolhidas na exploração.

O anúncio surgiu depois de terem sido detetados vestígios de contaminação em pelo menos 22 instalações de produção de camarões congelados da zona industrial de Cikande, a 60 quilómetros a oeste de Jacarta.

As autoridades de saúde indonésias realizaram exames médicos aos trabalhadores da zona industrial e aos residentes das imediações, tendo identificado nove pessoas positivas ao césio-137.

As pessoas puderam regressar a casa depois dos exames hospitalares, mas algumas foram realojadas para proceder à descontaminação.

As autoridades indonésias também impuseram restrições às importações de sucata metálica, suspeita de estar na origem da poluição.

Segundo a FDA, uma exposição prolongada ao césio-137, mesmo em doses baixas, pode aumentar o risco de cancro.

O césio-137 é utilizado em várias aplicações médicas e industriais.